quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Vacinação de cães

Fatos, Verdades e mentiras sobre a vacinação de cães



Em filhotes pequenos, 95% de sua imunização é obtida através do consumo do colostro, que é o primeiro leite produzido pela mãe durante um curto tempo após o nascimento
VERDADE: Se a mãe é imunizada contra as principais doenças infecciosas caninas, seus filhotes também irão ser protegidos por 6 a 16 semanas após o nascimento de eles consumirem o colostro.

Fêmeas revacinadas antes da cobertura passam mais anticorpos para seus filhotes pelo colostro do que as fêmeas não vacinadas. 
VERDADE: Quanto mais alta for a concentração de anticorpos contra doenças infecciosas na mãe, maior será a proteção que ela passará para seus filhotes. A revacinação causa aumento da produção de anticorpos maternos.



ENQUANTO ESTÃO PRESENTES, OS ANTICORPOS RECEBIDOS DA MÃE NÃO VÃO INTERFERIR COM A VACINAÇÃO PERMANENTE DOS FILHOTES. 
FALSO: Os anticorpos recebidos da mãe vão interferir na produção de anticorpos produzidos pelos filhotes em algumas semanas após o nascimento.

A VIA DE ADMINISTRAÇÃO (USUALMENTE INTRAMUSCULAR OU SUBCUTÂNEA) NÃO TEM EFEITO NO NÍVEL DE PROTEÇÃO PRODUZIDO EM CÃES COM IDADE PARA SEREM VACINADOS. 
FALSO: O efeito da via de administração na resposta vacinal depende da vacina que é aplicada. Por exemplo, a vacina anti-rábica é a mais efetiva se for administrada pela via intramuscular do que na via subcutânea. Como a vacina contra Cinomose, ambas as vias são igualmente efetivas.

CÃES IDOSOS (MAIS DE SETE ANIS DE IDADE) PODEM TER UMA DIMINUIÇÃO NA HABILIDADE DE PRODUZIR ANTICORPOS APÓS A VACINAÇÃO, ENTÃO DEVEM SER VACINADOS ANUALMENTE. 
VERDADE: Cães idosos não produzem anticorpos vacinais tão bem como cães mais jovens. A duração da proteção com uma vacina única será mais curta em animais idosos. A revacinação anual impede que os níveis de anticorpos de proteção diminuam deixando o animal mais exposto a doenças.


A VACINAÇÃO DE ANIMAIS QUE JÁ ESTÃO DOENTES, IRÁ PREVINIR A PROGRESSÃO DA DOENÇA.
FALSO: A vacinação de animais doentes não irá prevenir a progressão da mesma, pois os anticorpos vacinais demoram vários dias até atingirem níveis de proteção que impeçam a progressão da doença. 7 dias a duas semanas são necessários para que o organismo produza quantidades suficientes de anticorpos para proteger os animais contra as doenças. Os anticorpos devem estão presentes antes da exposição do paciente ao agente causador da doença.

FILHOTES VACINADOS DEVEM SER PROTEGIDOS DO FRIO, POIS A FRIAGEM REDUZ A QUANTIDADE DE ANTICORPOS PRODUZIDOS APÓS A VACINAÇÃO.
VERDADE: Pesquisas recentes em ninhadas separadas por sexo, idade e peso, demonstram níveis significativamente maiores de anticorpos em filhotes que não ficaram expostos ao frio durante o tempo de formação de anticorpos após a vacinação.


CÃES DEVEM SER VACINADOS CONTRA CINOMOSE, HEPATITE. LEPTOSPIROSE, PARAINFLUENZA E PARVOVIROSE, POIS ELES IRÃO ADQUERIR NATURALMENTE IMUNIDADE. 
FALSO: Todas as doenças citadas acima podem ser fatais. Quando o animal se recupera de uma destas doenças, o seu organismo pode realmente ficar imune, mas lesões nos órgãos e sistemas podem ser tão severas que podem predispor o animal a ter inúmeras outras doenças.

VACINAÇÃO

As vacinações permitem evitar doenças infectocontagiosas fatais. Algumas são obrigatórias. Só podem ser eficazes se forem ministradas em determinada circunstância, ou seja, respeitando um calendário preciso. 

O cachorro recebe a primeira imunidade da mãe, são anticorpos presentes no colostro. Estes são transmitidos pelo leite materno, durante as primeiras horas de vida do cachorro (24 horas no máximo) e caso a mãe tenha uma boa imunidade. Então o cão já está protegido na ausência de medidas de vacinação. Além disso, deve-se saber que o sistema imunológico do cão não é completamente desenvolvido ao nascimento, e está maduro após a sexta semana. 

Ao vacinar o cão pela primeira vez deve-se tomar cuidado para não interferir com os anticorpos maternos, fenômeno que pode persistir de 10 a 12 semanas de idade. Portanto pode-se começar a implantar protocolos de vacinação a partir de 8 a 10 semanas de idade. 

É preferível que o cachorro seja vacinado contra todas as doenças infecciosas que poderiam ser fatais. Além da vacinação anti-rábica obrigatória o cachorro deve ser vacinado contra cinomose, hepatite contagiosa, leptospirose e parvovirose.


Os diferentes tipos de vacinas

A administração de uma vacina a um cão baseia-se na inoculação de microrganismos patogênicos ou de frações destes, de forma que o animal possa produzir uma imunidade contra estes vírus ou bactérias.

Algumas vacinas são ditas “agentes vivos”, o que significa que os microrganismos ainda podem se multiplicar no organismo do cão, sem, no entanto, possuírem caráter patogênico.

As vacinas de agentes atenuados: trata-se de microrganismos – vírus ou bactérias de forma diminuída após mutações obtidas.

Vacinas são ditas homólogas de os agentes que estão presentes na vacina forem do mesmo responsável pela doença. E heterólogas quando se utiliza microrganismo diferente.

Outras vacinas, cujos agentes patogênicos foram modificados geneticamente, perdendo a sua virulência.

Existem também vacinas com agentes inativos, nos quais o agente patogênico foi morto por ações químicas. Estas vacinas possuem uma maior inocuidade do que as vacinas vivas, porém uma eficácia menor. Por este motivo são frequentes o uso do adjuvante com a função de prorrogar o contato com o organismo. No caso da vacina anti-rábica, a presença de um adjuvante dispensa uma segunda injeção após a primeira vacinação.


Acidentes pós-vacinas

Um cuidado importante de profissionais de pet shops e de clinicas veterinárias é prestar importantes esclarecimentos aos proprietários dos animais de estimação, quanto aos riscos de procedimentos de imunização de seus animais, sem a devida orientação e supervisão de um médico veterinário, considerando esta prática cada vez mais comum e temerosa, pois devem ser levadas em conta respostas negativas imunológicas, tais como: Interferência de anticorpos maternos, verminoses e doenças intercorrentes. 

Existem três formas de manifestações sintomáticas que caracterizam acidentes pós-vacinas: Reações alérgicas em locais, reações alérgicas sistêmicas (choque anafilático) e acidentes neuro-paralíticos. 

Reações alérgicas locais: Podem ocorrer após a aplicação de vacinas e estão associadas a presença de adjuvante de imunidade, necessário para aumentar a resposta da imunogênica, e tem relação com uma sensibilidade individual. Caracterizadas pela queda de pelos no local da aplicação, inflamação abaixo da pele e com tudo a mudança de cor da pele. 

Reações alérgicas sistêmicas (Choque Anafilático): É uma reação alérgica grave e de rápida progressão que pode provocar até a morte, após a disseminação da vacina. Os órgãos envolvidos são o baço e pulmões, os sinais clínicos incluem náuseas, vômitos, diarreia, inquietação, ataxia (Falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e de equilíbrio), ataques epileptiformes (convulções), palidez nas mucosas, taquipnéia (aumento do ciclo respiratório) e taquicardia (aumento dos batimentos do coração). Alguns animais podem ter hipersalivação, tenesmo e defecação. 

Acidentes neuro-paralíticos: São afecções nervosas, que tem maior importância no cão, pois é mais sujeito a ter encefalites, pela frequência com que é imunizado com as vacinas anti-rábicas. Está evidenciado que a substância responsável pela encefalite alérgica existe na substância branca do cérebro de mamíferos, que quando injetada haveria a formação de anticorpos que se ligam a uma parte determinada de mielina, causando a sua degradação e consequentemente estabelecimento da encefalite alérgica, os sintomas são de paralisia após a administração em tecido nervoso, a afecção se inicia comumente, por paralisia em membros, com rápida progressão por todo o corpo até a morte. 

Desta forma observamos que todo o processo de imunização deve ser ministrado ou acompanhado por um profissional médico veterinário, que avalie primeiramente as condições gerais do animal, analisando seu nível de infestação parasitária, sua condição nutricional e elaborando um programa de vacinação obedecendo as possíveis condições de imuno-interferencias. Em decorrência dos riscos pós-vacinação descritos, a exigência de uma supervisão e acompanhamento do ato de aplicação deste programa de vacinação é imprescindível.